Encontrar formas de estimular a criatividade é uma maneira de ter excelentes ideias e de resolver problemas antigos de maneira inovadora!
No passado, era o Facebook que “comia” nosso tempo. Depois, veio o Instagram, que fez o Facebook parecer inocente. Agora, com grupos de WhatsApp, TikTok, Netflix é muito difícil conseguir se concentrar e encontrar tempo para buscar novas formas de resolver problemas, ou sendo mais clichê, para ser criativo, ainda mais no ambiente de trabalho.
Parece contraditório começar um texto sobre como estimular a criatividade com o parágrafo acima. Todavia, é quase impossível encontrar um pouco de tranquilidade para sermos mais criativos, com o ponteiro dos minutos nos espremendo contra uma lista imensa de coisas a serem feitas.
Nesse sentido, vamos falar como você pode melhorar a sua criatividade com algumas dicas simples. Confira!

Foco e a importância para estimular a criatividade

Antes de passar algumas indicações que podem ser testadas hoje mesmo, e que trazem bons resultados, vamos falar um pouco sobre foco. Um estudo feito por Matthew Killingsworth e Daniel Gilbert, intitulado “Uma mente que vagueia é uma mente infeliz”, afirma que o cérebro de um adulto que trabalha, vagueia, em média, 50% de todo seu tempo.
Isso vale para a maioria das coisas: se estamos dirigindo, no ônibus, no trabalho, respondendo e-mails, ao telefone, jogando ou lendo. Não interessa, nossa mente está cada vez mais errante e sem foco.
Brincando com a catástrofe, podemos dizer que “nunca antes na história da humanidade” nosso foco sofreu tantos ataques. São exércitos gigantes de e-mails, mensagens no “whats”, atualizações nas mídias sociais, anúncios pop-up com o que interessa a você. Uma série de distrações que seguem por onde você for, todas tirando sua capacidade de ter foco.
Para melhorar a concentração e ter tempo para sermos mais produtivos e criativos, é necessário entender melhor como o nosso cérebro funciona. De forma breve, podemos apontar duas formas de pensar.

Pensamento de baixo para cima

Essa é nossa forma “computadorizada” de pensar. O pensamento de baixo para cima trabalha em milissegundos e é involuntário. É a razão pela qual, às vezes, agimos por impulso. É ele que nos dá a resposta para a pergunta que não teve jeito de respondermos. Por mais força que fizéssemos e, do nada, quando não estamos mais pensando nisso, ela aparece.
É por isso que muitas de nossas melhores ideias vêm quando não estamos nem tentando tê-las. Podemos dizer que essa forma de pensar só acontece quando o cérebro está funcionando no piloto automático. Só é possível porque o nosso processo de pensamento consciente não está atrapalhando ele.

Pensamento de cima para baixo

Esse é nosso pensar mais lento, mais racional, o processo lógico de pensamento. É de ação voluntária (nós determinamos quando entra em ação) e, quase sempre, substitui os impulsos enviados em nossa direção, vindos de baixo para cima.
Essa forma de pensar é o que usamos quase todo o dia. No entanto, quanto mais perdemos o foco, mais tende a entrar em conflito com a outra maneira de pensar.

A forma certa de pensar para estimular a criatividade

Compreender como os dois tipos de pensamento funcionam é significativo, no entanto, é mais importante ainda saber que tipo deve ser utilizado e quando. Só assim seremos mais eficazes e produtivos “no banal” e teremos mais tempo para sermos criativos “no difícil”.
Recorrendo a outro autor americano, citamos Daniel Goleman, de “Foco: o motor oculto da excelência”. Ele diz que devemos buscar um equilíbrio entre os pensamentos de cima para baixo (lógico e preciso) e de baixo para cima (instintivo e criativo).
“Você tem que ser seletivo na forma como você usa a capacidade total do cérebro.” A mente não quer ser 100% consciente o tempo todo.

6 dicas de como estimular a criatividade

Agora que entendemos um pouco sobre as duas formas distintas de pensar, vamos ver 6 dicas para você usar quando precisar encontrar uma “solução nova para um problema velho”. Mais que sugestões, são maneiras muito simples pelas quais podemos melhorar nosso “fluxo cerebral” e encontrar o equilíbrio necessário entre o pensamento de cima para baixo e de baixo para cima.

1. Medite

Calma, sabemos que aqui ninguém é monge — até porque, se fosse, não precisaria trabalhar. Não estamos dizendo para meditar por uma hora. Com menos de cinco minutos ao dia de meditação você pode ter um grande aumento na capacidade de atenção plena e, dessa forma, evitar o oposto, ou seja, a mente errante.
Existe muita literatura sobre o tema na internet, vale a pena dar uma olhada. Com uma rápida meditação, você aprende a se concentrar, prestando atenção na sua respiração e em seus pensamentos, e observando os momentos em que perde o foco.
A meditação força você a trazer a sua mente de volta quando ela vagueia por aí. Acredite, com pouco tempo de prática, você já vai sentir uma grande melhoria.
Experimente fazer uma pequena meditação, antes de começar a trabalhar, e outra pequena, no meio da manhã. Você vai perceber que sua capacidade de lidar com os “grandes ladrões de tempo” será muito maior.
Um macete. Se no começo da manhã você perceber que algo vai precisar de uma solução mais criativa, faça as meditações anteriores e seja extremamente focado em concluir tudo, menos a tarefa que demanda criatividade.
Acabando as atividades “simples”, faça uma meditação antes de lidar somente com a tarefa que demanda criatividade. Conseguir parar para meditar durante o dia, com a cabeça livre da pressão dos e-mails e das emergências, vai criar o terreno ideal para o que o pensamento de baixo para cima assuma o controle.

2. Pense como uma criança

Isso melhora muito nossa capacidade criativa, pois é basicamente o pensamento de baixo para cima. As crianças têm menos “sensação de sobrecarga” que os adultos, pois não foram “treinadas” por experiências passadas, ou seja, seus cérebros são muito menos propensos a ser dominados pela preocupação e ansiedade que o medo de não conseguir gera.
O mindset (modelo mental) da criança leva em conta milhões de coisas que o dos adultos já eliminou, por medo de parecer burro ou “lesado”. Ao mesmo tempo, quando a criança está brincando (ou resolvendo) algo, ela só vê aquilo, só se preocupa com aquilo, ou seja, está focada naquilo.
Por isso, suas mentes tendem a agir de uma maneira mais desinibida e muito mais focada naquilo, o que traz ideias diferentes, novas e criativas. Pensar como uma criança resolveria esse problema e, mais importante ainda, tentar ter o mesmo foco que o pequeno teria ao resolver esse problema pode auxiliar a escapar de uma grande quantidade de estímulos que sempre sobrecarregam nosso cérebro e sufocam a criatividade.
Um macete para tentar colocar isso em prática é esquecer da to do list, fechar o programa de e-mail, a janela do Facebook e sair do Whatsapp. Com isso feito, brincando de ser criança, em alguns minutos, nossa ansiedade e sensação de estar sobrecarregado terão diminuído muito. Esse é o território fértil para a criatividade.

3. Tenha diferentes referências

As referências serão uma boa maneira de você inovar nas suas ideias. Acredite, mesmo que sejam coisas que já existem, a grande sacada está em fazer combinações totalmente diferentes. Sabe aquela máxima sobre “nada se cria, tudo se copia”? É sobre isso, mas também não é.
Não estamos falando para você copiar coisas, o assunto, aqui, não é plágio. Porém, quanto mais se conhece, mais referências se tem, e mais coisas se pode fazer. Elas ajudam para que não se repita, inclusive, na hora de desenvolver a sua criação.
Então, o ideal é que você consuma de tudo um pouco, não importa o tipo de trabalho que faça. Leia blogs, livros, matérias de revistas, visite sites, assista filmes etc. Tudo que possa enriquecer o seu vocabulário criativo.

4. Não tenha medo de errar

Um dos princípios fundamentais sobre criatividade é como se deixar à vontade é importante para o fluxo de ideias. Nesse contexto, errar não pode ser um problema no seu processo. As falhas devem ser enxergadas como uma parte, mas não como a pior coisa que poderia acontecer.
É preciso que você se sinta bem à vontade para fazer o que precisa. O objetivo é evitar ter medo de feedbacks ou de que não tenha as suas ideias aceitas e acabe bloqueado. Logo, entenda que quanto mais solto se é, mais a sua criatividade vai fluir.

5. Seja um observador

Junto à referência, outra atividade importante para exercitar é a sua capacidade de observação. Pessoas criativas também são observadoras natas, estão sempre olhando tudo à sua volta, pois sabem que há sempre uma oportunidade de ver algo novo.
Muitas vezes, é também a partir da observação que conseguem ter insights. Por isso, uma das maneiras de estimular a criatividade é procurar olhar as coisas à sua volta com mais atenção aos detalhes, analisando a realidade de forma mais profunda.

6. Pratique o ócio criativo

Sabemos que, em diferentes situações, parar e não fazer nada pode ser contra as normas da produtividade. Mas acredite, além de ser fundamental para a nossa saúde (ninguém quer ter um burnout), é uma ótima maneira de estimular a criatividade.
Nesse caso, o ideal é definir um equilíbrio entre os momentos de foco intensivo, em que precisamos estar totalmente presentes no que estamos fazendo, e as divagações. Momentos de descanso serão uma boa arma para essa estratégia. Faça pequenos intervalos durante as sessões de foco, ou mesmo, separe um grande espaço de tempo diário para não pensar em nada.
Estimular a criatividade é uma estratégia fundamental para qualquer tipo de profissão, inclusive, para vendas. Ela é uma competência importante para trazer novas soluções e resolver antigos problemas. Logo, não se esqueça de que, quanto mais se deixar levar, não se forçando ou sendo paranoico em relação aos seus erros, mais chances de ser criativo para as suas ideias. Dessa forma, você consegue ter uma melhor relação com a sua mente e despertar o que ela tem de melhor.
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